Acordamos em: Algum lugar no meio do nada na ilha Skye
Dormimos em: Acampamento em Edinbane, ilha Skye
Tínhamos fechado questão quanto a Nova Zelândia ser o pais mais bonito do mundo. Mas talvez depois de hoje essa nossa avaliação vá mudar. Fica comigo q eu vou te mostrar um dos lugares mais lindos que já fomos até hoje.
A noite não foi das mais tranquilas: dormir com uma vista sensacional daquelas teve um preço: ventou bastante durante a noite inteira, então algumas vezes dormindo parecíamos mais que estávamos em um cruzeiro do que em um carro. Mas claro que toda aquela vista compensa quando acordamos para nosso café. Aliás, eu não sei se fico mais feliz com o fato de termos tido a aventura de ter parado em um lugar no meio do nada, com a vista linda, ou pelo fato de, pela primeira vez na vida não gastei 1 centavo em um dia inteiro numa viagem. Nem para comer, nem para dormir. Totalmente free.
Acordamos um pouco mais cedo hoje (8h00). Pro nosso café na van, fizemos crumpets (esses pãezinhos devem ter drogas de tão viciante que são) e um sanduíche natural delícia – cottage, presunto, espinafre e cheddar.
O objetivo hoje era fazer os pontos turísticos da ilha. E é impressionante como aqui já tem bem mais “civilização”. Nossa hipótese é que o combo “turistão” da Escócia seja Edimburgo, Glasgow e Skye. Víamos já uma galera em vans de tours, coisa que lá no norte simplesmente não existia.
A primeira parada foi no The Storr, que é uma pedra meio que pontuda que surge do nada. Resolvemos fazer a trilha de 2h que circunda a pedra. A subidinha não foi fácil, mas compensou toda a vista que havia dali. O tempo estava o de sempre (sem chuva, ieba!), e não é que aquele lugar é até mais bonito com neblina? Lemos um comentário e concordamos 100%: a neblina deixa ali com um ar mais místico, diferente. Gostei. Bom, as fotos falam por si só. Aliás, mentira. As fotos não representam absolutamente nada o que é estar ali naquela imensidão. Não tem nada que me fascina mais do que um lugar imenso, só com a natureza, em que a gente se sente minúsculo, quase desaparece. E não adianta, pode ser a melhor foto, o melhor ângulo e essa sensação nunca consegue ser captada. Um fato interessante: aqui na Escócia tem muita gente que faz trekking com os cachorros!
Depois do The Storr, paramos na Kilt Rock em uns platôs imensos com desfiladeiros que iam até o mar. Em um desses saia uma cachoeira para o mar. A vista, como tudo por aqui, é linda, mas é meio turistão demais, muita gente. Tentei até caminhar para longe para fazer uma filmagem com o drone, só que o vento estava muito forte e não deu pra controlar ele muito bem, então nada feito.
Fomos em direção ao Quiraing, que sem dúvidas foi o ponto alto do dia – literal e figurativamente. Subimos uns 500 metros, e contornamos uma montanha com uma das vistas (se não a mais) bonitas que já presenciamos. É simplesmente inexplicável o quanto que esse lugar é lindo. E a trilha, sensacional. Tudo bem, foi bastante desafiadora (principalmente as subidas e a última descida extremamente íngreme com muito barro e lama), mas a trilha em si foi fantástica. Em cada trecho era uma trilha totalmente diferente, tinha um lugar que parecia a morada dos hobbits, outro uma fazendinha suíça com as vaquinhas, outro que era super inóspito e perto das montanhas com um vento terrível, outro que era um lago no meio da montanha, outro que era uma vista maravilhosa pra toda costa da ilha… enfim, de novo não dá nem por palavras ou por fotos representar a segunda trilha de hoje, tem que vir, ver e fazer!
Foi só a gente voltar para nosso Motorhome que começou a chover. Por mais que o tempo esteja fechado por aqui hoje ele foi generoso: nas duas melhores trilhas não choveu nem uma gota.
Chegamos moídos, claro, mas muito felizes. Estávamos com lama até metade da perna, mas valeu a pena! Fomos então em busca de lugar para passar a noite. Achamos o simpático caravan club em Edinbane e por aqui ficamos. E impressionante como estamos com uma tempestade de vento agora enquanto escrevo. Bora pra mais uma noite no cruzeiro!
Até mais