Baía dos Porcos

Acordamos em: Cayo Santa Maria
Dormimos em: Playa Girón / Baia dos Porcos
Nosso último dia como reis. Confesso que ficar em Cayo Santa maria foi excepcional pela praia, que é um pano de fundo automático para qualquer foto e filme, mas lá não é exatamente Cuba. 
Já entramos há algum tempo em comum acordo de que o melhor tipo de viagem, para nós, é a boa e velha road trip. Alugar um carro, parar onde quiser, estender um dia a mais naquele lugar que a gente adorou, reduzir um dia a menos onde não fomos muito com a cara… Essa é uma das vantagens de alugar um carro e sair dirigindo. 

Outra vantagem, é que o carro chega a lugares que os ônibus e vans de excursões não alcançam. Podemos parar para tirar foto onde bem entendermos. E o melhor de tudo: podemos observar o lado “não turístico” de onde a gente vai. E Cuba ainda proporciona uma coisa a mais: a conversa com os caroneiros. 

E portanto ficar em Cayo Santa Maria no Meliá, teve como maior custo, no final das contas, tirar essa “liberdade” por dois dias. Comentei com a Mari que estar em um all-inclusive é como se fizéssemos parte de uma boiada. De manhã todo mundo vai pra praia. A tarde, todo mundo participa das atividades dos animadores do hotel. A noite, depois de jantar em um restaurante megalomaníaco, todos vêem um teatrinho que tenta reproduzir o que é a cultura daquele país, com dancinhas toscas pra inglês ver, literalmente. E coloca ainda na conta algumas milhares de calorias que não deveriam ter sido ingerida’. 

Carro velho, restaurante na casa do proprietário e uma bicitáxi. Estávamos com saudades, acredita?
Jassa!
Junto com a bicitáxi, os caminhões e os carros de boi, a carroça é mais um meio de transporte tipicamente cubano.
Pois é, voltando para hoje. Tínhamos mais um almoço pra aproveitar. Mas resolvemos partir cedo, readquirindo nosso carro, companheiro de estrada, para completarmos 2 mil Km por Cuba (faltam poucos Km para essa marca). O tempo também ajudou nessa escolha, porque ventava tanto que não estava permitido nadar no mar. 

Girón, bastión de la victoria
Gripados e com dor de cabeça – um pouco mal humorados por causa do mal tempo também – resolvemos que hoje não daríamos carona para ninguém. Partimos lá pela 9h30 para Baia dos Porcos (ou Cochinos, em espanhol). Ficaríamos em Playa Girón, um famoso local para mergulho – e exatamente onde desembarcaram 1400 americanos em 1961 para tentar destituir Castro em um dos maiores fiascos da Guerra Fria. Obviamente que aqui também está inundado de propaganda política e tentativas (constantes em toda Cuba) de reviver o passado distante como se isso fizesse a vida de alguém melhor… 

Primeira derrota Yanqui na América Latina
Foram mais de 200km de estrada e chegamos a tempo de pegar o almoço no nosso outro all-inclusive. Só que dessa vez estamos em um hotel estatal decadente, e que, sinceramente, tem um almoço que me faz sentir saudades do bandejão da usp. 

Nosso Hotel
Ah, e eu disse que a gente não estava disposto para dar carona para ninguém hoje? Não resistimos e ajudamos dois poloneses que não estavam muito perfumados… 
Combinamos o mergulho e fomos fazer um snorkel esperto em um lugar 12km do nosso hotel (el tanque). E, inacreditavelmente, a Mari foi premiada de novo com uma linda queimada de água viva na perna. 

Queimada de água viva.
Por fim, fomos tirar umas fotos em outras praias por aqui (caleta buena e em um lugarzinho no meio da rodovia que margeia a baia). E por mais estranho que possa parecer, resolvemos pagar um jantar em um restaurante aqui no pueblo ao invés de comer sem custo nenhum em nosso hotel. Estava excelente (o restaurante, não o hotel).

Por do Sol

Jantar delicioso (e barato!)
Amanhã acordamos cedo para, pelo menos, mais dois mergulhos. 

Até.  

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