Para simplificar o entendimento daqueles que estão lendo o blog (e uma sugestão de viagem para aqueles que querem ir para a Africa do Sul), a nossa viagem está dividida em três etapas, quatro dias em cada uma:
1. Cape Town e Arredores
2. Road Trip na Garden Route
3. Kruger National Park
Hoje estreamos a segunda etapa. Entretanto, oficialmente não estamos ainda na Garden Route, uma vez que ela começa em Mossel Bay (cidade que ainda não chegamos). Estamos agora bem próximo, em Oudtshoorn, passando a noite em uma cidadezinha de 80 mil habitantes (que por sinal é a maior da região). O que vou contar é sobre o trecho Cape Town – Oudtshoorn, que é excepcionalmente fantástico.
Saímos às 9h30, dando adeus para Table Mountain, em um Corolla branco alugado da Budget. O primeiro trecho que faríamos seria Gordon Bay, ao sul de Cape Town, até Hermanus. [Ah, para não ficar perdido, acho que vale a pena ir acompanhando a narrativa com o GMaps]. Enfim, é um trecho de montanha e mar, e as vistas são inexplicáveis.
Whale Watching |
Neste trecho vimos mais uma baleia e fizemos talvez o percurso mais bonito de toda a viagem. Na verdade três foram os motivos que fizeram com que apreciássemos tanto essa passagem de +- 1h30: Primeiro, o ceu estava sem nuvens, o que faz uma brutal diferença. Segundo, a vista em si era muito bonita, com paisagens muito estranhas para qualquer brasileiro. Por último, não passava nenhum carro por essa estrada, melhor do que qualquer uma do Brasil, e que completava o trio para uma vista (e fotos) perfeita: estrada, montanha e mar.
Depois desse trecho, chegamos a uma sequencia de vilarejos muito gostosos (o sonho de qualquer viajante: rotas turísticas, mas sem turistas). Pringle Bay, Bettys Bay e Hermanus.
Hermanus é uma cidadezinha sem explicação. Muito charmosa, bastante infra estrutura e habitantes muito simpáticos. Comemos em um restaurante com uma comida espetacular (e donos bastante simpáticos que também nos ajudaram muito a tomar a decisão de rota a seguir a partir dali).
A partir de Hermanus, tivemos um dilema – seguir pela N2, estrada nacional, maior e mais rápida, ou seguir pela R62, estrada regional, mais vazia e com paisagens mais cinematográficas. Obviamente optamos pela segunda alternativa, o que não sei ainda se foi acertada. a R62 é extremamente bonita, sem sombra de dúvidas, mas o trecho que mais impressionou mesmo foi a passagem de Hermanus até a R62, que são a R362 e a R324. Novamente aqui, mais ainda, a estrada estava deserta. Passava muito tempo e absolutamente ninguém cruzava com a gente. O que deixava tudo ainda melhor. Paramos para uma descansada em Swellendam, cidade bastante simpática (e minúscula), e a terceira mais antiga da AS. Seguimos, durante o dia, até Ladismith, chegando lá as 18h30. Resolvemos seguir até Oudtshoorn.
Freedom! |
A última parte foi um pouco mais tensa, pois viajamos cerca de 1h à noite, justamente no trecho mais perigoso da R62. 12km de pedras que caíam na rodovia das montanhas (vimos algumas) e de penhascos mortais. Mas, caro leitor, prudência é o nosso sobrenome, e nada nos aconteceu.
Rumo às Montanhas |
Grupo de Babuínos. Muitos não sairam na foto, porque se esconderam |
A mensagem de conclusão, meu colega, é que uma das melhores maneiras de sentir realmente o que é a Africa do Sul, é viajando por aqui. E o melhor jeito de fazer isso, na minha humilde opinião, é de carro. Esqueça aquele papo que viajar de carro é perigoso. Isso é exagerado. Lógico que há perigo sim, mas o perigo aqui não é bater em um caminhão (incrivelmente, por essas estradas não há quase nenhum), mas a ínfima chance de uma pedra rolar desfiladeiro abaixo e acertar seu carro (é igual loteria: a probabilidade existe, mas não vai acontecer com você).
Enfim, era isso. Estamos tremendamente extasiados com tudo que está acontecendo por aqui. A viagem tem sido muito especial.
Abs Beto e Mari.